1940
1970

Em 1943 um evento ansiado por todos acontece: chega o 1º Batalhão Ferroviário, e Bento se insere no Brasil pelos trilhos dos trens. A estadia de quase trinta anos desse Batalhão em Bento Gonçalves mudaria de uma certa forma as feições da cidade, à medida que os militares buscavam e incentivavam a capacitação dos jovens da região, formando e informando toda uma geração. Deixariam em sua despedida, em 1971, uma cidade mais estruturada e 48 quilômetros de linhas férreas prontas. As estradas de rodagem de terra também se alargam nesse período, mas ainda se leva de quatro a cinco horas para chegar em Porto Alegre de carro ou ônibus.

Em 1945, pela primeira vez uma rua recebe calçamento: a Marechal Deodoro. E com isso começa um paulatino processo de calçamento de vias, libertando os moradores, pouco a pouco, de duas grandes mazelas da cidade: o pó na seca e a lama na chuva.

O vinho de Bento Gonçalves torna-se um produto reconhecido nacionalmente, consolida-se um empresariado forte e se estabelecem, cada vez com mais qualidade, as cooperativas de produtores de uvas e vinho e as vinícolas. A vocação e habilidades coloniais – o vinho e a movelaria – agora se transformam em negócios, em inovação e, finalmente, em projeção nacional.

Pessoas de outras regiões do Estado passam a morar em Bento, e suas escolas engrandecem a cidade. No Colégio dos Maristas é criado o Escritório Modelo, um método pedagógico que propõe a experiência prática em contabilidade para o ensino médio. Os alunos formados saíam prontos para administrar empresas. Essa inovação dos professores de Bento
torna-se uma referência nacional, e passa a ser replicada no Brasil e mesmo fora dele. A medicina se fortalece na cidade com vários hospitais, criando mitos como o Dr. Tacchini.

Os anos 1960 mostram uma cidade ainda pequena, mas pronta para assumir papéis importantes nacionalmente. Em 1967 um grupo de empresários e lideranças materializam em Bento sua primeira grande feira, a Fenavinho, e dão início a uma nova era de crescimento.